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Chapter 31 - Sangue e Determinação

Eu mal conseguia manter os olhos abertos, a dor pulsando em cada fibra do meu corpo.

Mesmo assim... me obriguei a ficar de pé.

O inimigo ainda estava lá.

Kwon Hyeok surgiu da fumaça, andando lentamente, com um sorriso cruel nos lábios rachados.

Seu olhar se virou para o Anuran, que se apoiava numa perna só, arfando.

— Raça imunda. — cuspiu com desprezo. — Vocês são bons pra duas coisas: serem bichos de carga ou peças no mercado negro.

O sangue me ferveu.

— Você... vendeu os bebês? — grunhi, cerrando os punhos.

Ele riu, sem vergonha alguma.

— Claro que sim. Crianças meio-anfíbias são raridade. Vale mais que muitos caçadores fracos. — zombou, chutando destroços para o lado. — E aquele velho nojento? — fez uma pausa, fingindo pensar. — Ah, sim... arranquei a cabeça dele. Foi fácil. Chorou igual a um rato!

O Anuran rugiu, tentando avançar.

Eu o segurei, mesmo trêmulo, mesmo sentindo que mal podia me manter de pé.

— Estratégia... lembra? — sussurrei para ele.

Kwon nos observou, rindo ainda mais alto.

— Patético. Dois fracos brincando de heróis.

Ele sumiu da minha visão por um segundo.

No instante seguinte, seu punho acertou meu estômago.

O mundo explodiu em dor.

Fui jogado para trás como uma boneca de trapo.

Antes que pudesse respirar, ele apareceu de novo, chutando minhas costelas.

Ouvi um estalo feio.

Quebrei algo.

Tossi, cuspindo sangue.

Apanhei.

E apanhei.

E apanhei.

Cada golpe me esmagava mais no chão.

Cada palavra dele cravava mais fundo do que qualquer lâmina:

— Você não é nada, garoto. — Nem caçador deveria ser! — Melhor aceitar. Você nasceu pra rastejar!

Meu corpo queria desistir.

Minhas pernas tremiam.

Meus braços falhavam.

Mas dentro de mim...

Dentro de mim ainda ardia o motivo pelo qual eu lutei desde o início:

Eunha.

Meus novos amigos.

O sonho de mudar minha vida.

Eu não podia cair.

Não importava quantas vezes aquele monstro me jogasse no chão.

Eu iria levantar.

Nem que fosse apenas para cair de novo.

Engasgado no próprio sangue, me obriguei a apoiar uma mão no chão.

"Levanta, Joonwoo."

O Anuran, mesmo sem um braço, também se arrastava de novo para a luta.

Kwon nos olhava como quem vê baratas.

— Insetos miseráveis... — rosnou.

Mas eu vi.

Atrás do ódio dele, por um segundo...

Um leve brilho de irritação.

Ele não estava acostumado a isso.

Não estava acostumado que suas vítimas se recusassem a morrer.

E era nisso que eu confiava.

Enquanto estivesse de pé...

Enquanto ainda respirasse...

Eu poderia vencer.

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