Meus passos eram cambaleantes.
O Anuran me observava, sua respiração pesada, seus olhos semicerrados, avaliando se eu era uma ameaça ou apenas um tolo derrotado.
No fundo, eu sabia: se ele quisesse, poderia acabar comigo ali mesmo.
Mas, então, algo aconteceu.
Em um clarão de velocidade, uma sombra surgiu atrás de mim.
O Mestre.
Antes que o Anuran sequer pensasse em reagir, meu mestre me agarrou pela cintura como se eu não pesasse nada e saltou para longe da vila, cortando o ar como uma flecha.
A floresta ao redor virou borrões verdes.
Quando tocamos o chão novamente, já estávamos a uma distância segura.
Meu corpo tombou contra o solo, sem forças, mal conseguindo erguer a cabeça.
O Mestre se agachou ao meu lado, os olhos duros como aço.
— Idiota. — murmurou, cruzando os braços.
— Por que diabos não usou a habilidade do seu sistema? Poderia ter vencido em segundos.
Tentei responder, mas minha garganta seca só conseguiu emitir um grunhido.
Respirei fundo, juntei forças, e, com um fio de voz, sussurrei:
— Não... queria ferir... os outros.
— Explodir... tudo... seria... cruel.
O silêncio pairou pesado entre nós.
As copas das árvores sussurravam com o vento.
Finalmente, ouvi um leve som — um suspiro, talvez até um riso abafado.
Abri os olhos com dificuldade.
O Mestre... sorria.
Não um sorriso zombeteiro ou debochado.
Era um sorriso pequeno, carregado de algo raro... orgulho.
Ele me observou mais um momento, depois balançou a cabeça como se falasse consigo mesmo:
— Talvez... você realmente tenha o que é preciso.
Essas foram suas últimas palavras antes de tudo escurecer.
Meu corpo, enfim, rendeu-se à exaustão.
Desmaiei.
Mas, antes que a consciência se apagasse completamente, uma única certeza queimava dentro de mim:
Eu não precisava ser o mais forte... apenas precisava ser o tipo certo de forte.