O mundo virou um borrão de sangue e dentes.
O Leo'kar avançava como uma avalanche viva, e Baek Hojin mal conseguia desviar.
Não era mais uma dança elegante de esquivas e contra-ataques.
Era brutalidade pura.
Garra contra punho.
Rugidos contra grunhidos.
O primeiro corte acertou.
A garra do Leo'kar rasgou o ombro esquerdo de Hojin, fazendo sangue jorrar como uma fonte.
Hojin recuou, mas nem hesitou.
Devolveu com um soco devastador nas costelas da besta, fazendo um estalo horrível ecoar pela floresta.
O Leo'kar tropeçou — mas não caiu.
Em vez disso, abriu a boca num grito de dor e ódio, e atacou de novo.
Outro golpe.
E outro.
Cada movimento era uma troca.
Cada ferida, uma dívida cobrada na carne.
— HÁÁÁÁÁ! — rugiu o Leo'kar, girando o corpo e lançando suas garras como lâminas de vento.
Hojin bloqueou uma, desviou outra, mas a terceira o atingiu de raspão na costela.
Um corte profundo.
Carne aberta.
Músculos rasgados.
O sangue fluía livremente.
Mesmo assim, Baek Hojin sorriu.
Mas não era o sorriso de quem achava graça.
Era o sorriso de quem decidiu vencer ou morrer tentando.
Ele cravou os pés no solo.
O ar em volta vibrava.
E então, ouvi:
[Habilidade Especial — "As Presas do Tigre Celestial Branco" — ativada.]
O chão explodiu sob seus pés.
Baek Hojin atravessou a distância num instante.
Seu punho direito brilhou em branco prateado.
— RUGIDO CELESTIAL!
O soco atingiu o Leo'kar diretamente no peito.
O impacto foi monstruoso.
Um som de carne rasgando, ossos se partindo, ecoou pela floresta.
A pele e músculos do Leo'kar se romperam como papel molhado.
Suas costelas se estilhaçaram para fora, espetando o ar.
Seus órgãos internos — intestinos, pedaços de pulmão e sangue — voaram para fora como uma grotesca explosão de carne e fluido.
O Leo'kar foi arremessado com força brutal contra uma árvore colossal, rachando-a em pedaços.
Ele caiu no chão com um baque surdo.
Espalhado.
Mutilado.
Ainda respirava.
Mas apenas por reflexo.
Seus olhos, antes dourados e furiosos, agora estavam nublados, presos entre a vida e a morte.
Eu, paralisado, vi a cena.
As tripas espalhadas ao redor.
O sangue manchando a terra.
A morte... viva nos olhos da besta.
E então, com um último suspiro trêmulo, a criatura moveu os lábios.
Tão baixo que mal pude ouvir.
Mas ouvi.
Uma única palavra, carregada de tristeza infinita.
— Sha'ree...
Um nome.
O nome de quem amava.
A esposa que jurava proteger?
O corpo relaxou.
O olhar perdeu a luz.
O Leo'kar... morreu.
Não como uma besta.
Mas como alguém que tinha amado.
Alguém que, mesmo no fim, só pensava em quem perdeu.
Baek Hojin caiu de joelhos.
Respirava com dificuldade, sangrando em vários pontos.
Mas em seu olhar, havia apenas cansaço e um pesar silencioso.
Ele sabia.
Toda batalha tinha um preço.
E às vezes, não éramos apenas nós que pagávamos.
No canto da minha visão, aquela luz azul piscou novamente.
[Perigo eliminado.]
[Sincronização com a Terra Espelhada: 87%...]
[Primeira habilidade disponível em breve.]
Meu coração, apertado, sabia:
Nada mais seria como antes.