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Chapter 38 - Capítulo 38: Revelações em Casa - A Verdade Subterrânea de Izuku

Apesar da crescente familiaridade com as lesmas e meu equipamento, a presença de criaturas de outra dimensão no meu quarto e uma Besta Mecha escondida no jardim eram segredos pesados demais para carregar sozinho. A preocupação de All Might, embora não totalmente direcionada à verdade, havia me mostrado que eu precisava ser mais cuidadoso. E a pessoa em quem eu mais confiava era minha mãe.

Naquela noite, depois do jantar, enquanto ajudávamos a arrumar a cozinha, tomei coragem. Inko cantarolava baixinho enquanto lavava os pratos, alheia à tempestade de revelações que estava prestes a enfrentar.

"Mamãe," comecei, minha voz um pouco mais hesitante do que o normal.

Ela se virou, com um sorriso gentil. "Sim, meu querido? Aconteceu alguma coisa na escola hoje?"

"Não... bem, mais ou menos," murmurei, mordendo o lábio inferior. "É que... tem algo que eu preciso te mostrar. Algo meio... inacreditável."

O sorriso de Inko vacilou, substituído por uma expressão de leve preocupação. "Inacreditável como?"

Levei-a para o meu quarto, meu coração batendo forte no peito. As lesmas, sensing minha ansiedade, se agitaram em seus frascos no cinto. Verdant, obviamente, não estava ali.

"Lembra daqueles jogos novos do Sr. Marvel que todo mundo está jogando?" perguntei, tentando começar aos poucos.

Inko assentiu, secando as mãos em um pano. "Sim, aqueles que dão prêmios estranhos na vida real, não é? Como aquelas naves espaciais enormes."

"Então..." respirei fundo. "Eu... eu ganhei uma recompensa especial no último jogo que saiu, 'Slugterrâneo'."

Abri a mochila e retirei cuidadosamente um dos frascos contendo Burpy. A pequena Infurnus sibilou suavemente, liberando uma pequena onda de calor. Os olhos de Inko se arregalaram ligeiramente.

"Isso... isso é uma lesma?" ela perguntou, franzindo a testa. "De onde veio isso?"

"Do jogo," respondi, tentando manter a voz firme. "A recompensa... são as próprias lesmas do jogo. E... e tem mais."

Mostrei a ela o lançador, explicando como ele funcionava para liberar a energia das lesmas. Em seguida, revelei o cinto de frascos e a mochila cheia de outras criaturas peculiares. A cada nova revelação, a expressão de Inko passava de confusão para choque e, finalmente, para uma incredulidade quase cômica.

"Lesmas... que saem de um jogo? Izuku, você está brincando comigo, não é?" ela disse, com uma risada nervosa.

"Eu queria estar," respondi, meu tom sério. "Mas é verdade. E tem mais uma coisa. Lembra daquele barulho estranho que a senhora Tanaka comentou ter ouvido vindo do nosso jardim?"

Os olhos de Inko se arregalaram ainda mais. "Aquele barulho de metal rangendo? O que era aquilo?"

Com relutância, levei-a para o quintal. A noite já havia caído, mas a luz da lua revelava a silhueta imponente de Verdant sob a árvore grande, camuflada pelas folhagens.

Inko engasgou, levando as mãos à boca. "Meu Deus... o que é isso?"

"É... é uma Besta Mecha," expliquei, a palavra soando tão estranha quanto a situação. "Também veio do jogo. É como um... veículo de batalha para os lançadores de lesmas."

O silêncio que se seguiu foi denso, preenchido apenas pelo canto dos grilos. Inko olhava para a enorme máquina verde e marrom, as palavras visivelmente presas em sua garganta.

Finalmente, ela falou, sua voz um sussurro incrédulo. "Um... um jogo te deu... lesmas de verdade e um robô gigante?"

Assenti, encolhendo os ombros. "Parece loucura, eu sei. Mas é o que aconteceu. O Sr. Marvel... ele está fazendo coisas inacreditáveis."

Inko levou alguns minutos para processar tudo. Ela caminhou lentamente até Verdant, estendendo a mão hesitante para tocar a superfície fria do metal.

"Eles... eles são perigosos?" ela perguntou, sua voz ainda trêmula.

"As lesmas têm poderes," expliquei, "mas eu estou aprendendo a controlá-las. Verdant... bem, ela é grande, mas parece inativa a menos que eu a pilote."

O medo em seus olhos começou a se misturar com uma ponta de curiosidade. Minha mãe sempre foi uma pessoa forte e adaptável, mesmo diante do inexplicável.

"Precisamos ter cuidado, Izuku," ela disse finalmente, sua voz agora mais firme. "Se outras pessoas descobrirem isso... quem sabe o que pode acontecer. Prometa que você será cauteloso."

"Eu prometo, mãe," respondi, sentindo um peso ser tirado dos meus ombros por finalmente compartilhar a verdade. "Eu vou aprender a controlar tudo isso e vou manter tudo em segredo."

Naquela noite, dormi um pouco mais tranquilo, sabendo que não estava mais sozinho com esse segredo inacreditável. O mundo podia estar focado no desaparecimento de Tony Stark, mas no meu pequeno mundo, a aventura de Slugterrâneo havia se tornado muito, muito real – e minha mãe agora fazia parte dela.

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