Os dias se arrastavam sob uma nuvem de apreensão global. O desaparecimento de Tony Stark monopolizava os noticiários, gerando teorias conspiratórias e um crescente clamor por respostas. A comunidade heroica estava mobilizada, mas as pistas eram escassas.
No meu canto do mundo, a vida seguia um ritmo estranhamente dual. De dia, eu era Izuku Midoriya, um estudante aspirante a herói, preocupado com os exames e as aulas na UA. À noite, e em segredo, eu me tornava um lançador, treinando com Burpy, Tazerling e as outras lesmas, mergulhando no conhecimento do livro que o tio Evan me dera. Verdant permanecia escondida, um segredo colossal esperando o momento certo.
Na televisão, uma reportagem de última hora interrompeu a programação habitual. Imagens granuladas, aparentemente de uma câmera de segurança amadora, mostravam um homem barbudo e magro, com um brilho de determinação nos olhos, construindo algo em uma caverna escura. Reconheci na hora as feições de Tony Stark. Ele estava vivo!
As imagens seguintes eram ainda mais chocantes. Stark, usando partes de suas próprias armas, improvisou um dispositivo rudimentar, mas visivelmente poderoso. Em um confronto tenso com seus captores, ele conseguiu escapar da caverna em meio a explosões e destroços. A notícia se espalhou como um incêndio, gerando uma onda de alívio e excitação. Tony Stark havia conseguido se libertar.
As reportagens posteriores detalhavam sua jornada de volta à civilização, exausto e ferido, mas vivo. Ele descreveu seus captores como parte de uma organização terrorista com recursos surpreendentes e armamento avançado. O mundo respirava aliviado, mas uma nova apreensão surgia: quem eram esses indivíduos capazes de sequestrar e manter cativo um gênio como Tony Stark?
Para mim, a fuga de Stark teve um impacto indireto, mas significativo. A atenção do mundo estava focada em uma ameaça tangível, desviando um pouco o olhar das "peculiaridades" inexplicáveis que estavam começando a surgir – como as recompensas bizarras dos jogos do Sr. Marvel. Isso me dava um pouco mais de espaço para aprender a controlar meus próprios segredos.
Naquela noite, enquanto treinava com Burpy no quintal, lancei a pequena Infurnus contra um tronco de árvore. A explosão foi mais controlada e precisa do que nunca. O livro do tio Evan realmente estava me ajudando a entender as nuances de cada lesma.
Sentei-me na grama, observando as chamas dançarem por um instante antes de se dissiparem. O mundo lá fora estava lidando com terroristas e heróis em ascensão. O meu mundo pessoal havia se expandido para incluir criaturas de outra dimensão e uma Besta Mecha escondida. E de alguma forma, eu sentia que esses dois mundos, o público e o meu secreto, estavam prestes a se cruzar de maneiras inesperadas. A fuga de Tony Stark era um lembrete de que ameaças reais existiam, e talvez, apenas talvez, as estranhas dádivas do Sr. Marvel pudessem ter um papel a desempenhar no futuro. O cânone havia começado, e eu estava pronto – ou pelo menos, me esforçando para estar – para o que viesse a seguir.