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Chapter 49 - Capítulo 49: Reflexões em Aço - A Perspectiva de Tony Stark

O chiado estático do rádio ecoava na oficina improvisada, um contraste gritante com o silêncio opressor das montanhas afegãs. Dias... ou talvez semanas? O tempo havia se tornado um borrão indistinto desde que os Dez Anéis me emboscaram no deserto. A dor no meu peito, mesmo atenuada pelo reator Arc improvisado, era um lembrete constante da minha vulnerabilidade.

Olhei para a Mark I, a monstruosidade de metal e fiação que me havia dado a liberdade. Cada solda mal feita, cada placa de blindagem improvisada contava uma história de desespero e engenhosidade. Aquela coisa era bruta, ineficiente, mas era minha. Minha passagem para fora daquele inferno.

De volta ao mundo, a recepção foi... intensa. O mundo me via de uma maneira diferente agora. O mercador da morte, de repente, era uma vítima, um sobrevivente. As ações das Indústrias Stark estavam voláteis, as manchetes gritavam por respostas, e Pepper... Pepper estava um furacão de preocupação e eficiência, tentando colocar minha vida e minha empresa de volta nos trilhos.

Em meio ao caos do meu retorno, algo estranho começou a surgir na internet. Jogos. Jogos incrivelmente detalhados, baseados em... mim? No meu sequestro, na construção da Mark I, até mesmo vislumbres de combates futuros com uma armadura mais elegante. Era bizarro, quase invasivo. Quem era esse "Sr. Marvel" que parecia ter acesso a detalhes tão íntimos da minha experiência?

A S.H.I.E.L.D. estava interessada, é claro. O Agente Coulson e seu sorriso enigmático fizeram algumas visitas, cheios de perguntas sobre o jogo e minhas impressões. Eles pareciam tão perplexos quanto eu com a precisão dos detalhes.

E então houve a cena pós-créditos do jogo do Capitão América que eles me mostraram. Steve Rogers... vivo? Desorientado em Times Square? Era ficção científica barata, mas vindo desse Sr. Marvel, depois do que eu tinha visto no meu próprio "jogo", uma pontada de incredulidade se instalou.

Agora, mais jogos estavam surgindo. Um gigante verde destruindo cidades, um deus loiro com um martelo... Era tudo tão... exagerado. Quadrinhos ganhando vida digital. Mas havia algo na forma como eram feitos, a atenção aos detalhes, que me incomodava. Era como se o Sr. Marvel não estivesse apenas criando jogos, mas sim... documentando algo.

A menção de uma "Iniciativa Vingadores" na cena pós-créditos do jogo do Hulk me fez arquear uma sobrancelha. Uma equipe de indivíduos "especiais"? Soa como um pesadelo de relações públicas. Mas a ideia... a ideia de uma equipe para lidar com ameaças maiores... depois do que eu vi lá fora, no deserto, a possibilidade não era totalmente descartável.

E aquele martelo... Mjolnir, Coulson o chamou. Uma relíquia estranha encontrada no Novo México. A física desafiava qualquer explicação racional. E o fato de esse Sr. Marvel ter incluído isso em um de seus jogos... era mais uma peça nesse quebra-cabeça bizarro.

Enquanto eu trabalhava em novas iterações da minha armadura, aperfeiçoando o design e a fonte de energia, não conseguia tirar esses jogos da cabeça. Era como se alguém estivesse espiando o futuro, ou talvez... acessando alguma realidade alternativa e a transformando em entretenimento.

Uma coisa era certa: esse Sr. Marvel era uma anomalia, e suas criações mereciam uma investigação mais aprofundada. Tanto como uma potencial ameaça quanto como uma fonte de informações inexplicáveis. O mundo estava mudando rapidamente, e esses jogos estranhos pareciam ser um sintoma dessa mudança. E Tony Stark, é claro, não gostava de ficar de fora de um bom mistério.

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