O Going Merry, outrora um palco de risadas e discussões acaloradas, agora deslizava em um silêncio tenso, quebrado apenas pelo rugido estrondoso de Laboon. A baleia gigante, com seus olhos tristes e solitários, se aproximava como uma montanha aquática, ameaçando esmagar o pequeno navio.
"Axton, faz alguma coisa!" gritou Nami, agarrada ao mastro, seus olhos fixos na massa escura que se aproximava. "Não quero virar patê de marinheiro!"
"Relaxa, Nami," respondeu Axton, com um sorriso calmo.
Um portal azul brilhante se abriu sob o Going Merry, teletransportando-o para um local seguro, a poucos metros de Laboon. A tripulação, já acostumada com os poderes de Axton, soltou um suspiro coletivo de alívio.
"Ufa, essa foi por pouco," disse Usopp, limpando o suor da testa com a manga da camisa. "Ainda bem que o Axton tá aqui pra nos salvar da baleia assassina!"
"Não precisa exagerar, Usopp," respondeu Axton, com um aceno de mão, usando outro portal para aparecer no topo da cabeça de Laboon. "Laboon, velhinha, voltei!"
A reação de Laboon foi imediata e surpreendente. A baleia gigante se agitou, seus olhos tristes se iluminando com alegria, e começou a emitir sons que se assemelhavam a pios de pássaros alegres, uma melodia doce e cativante que inundou o ar.
A tripulação, que esperava um rugido furioso, ficou boquiaberta. Luffy começou a dançar, imitando os pios de Laboon, Sanji acendeu um cigarro com um olhar perplexo, Zoro coçou a cabeça, confuso, e Nami e Usopp trocaram olhares de descrença. Kaya e Nojiko, com seus equipamentos médicos, tentaram examinar Laboon, mas foram impedidas pela melodia hipnotizante. Gin, com seu olhar calmo, observava a cena com um misto de fascínio e cautela. Johnny e Yosaku, com lágrimas nos olhos, abraçaram-se, comovidos com a canção.
"Que melodia linda!" exclamou Luffy, dançando em círculos. "Parece que a Laboon te adora, Axton!"
Axton, com um sorriso gentil, acariciou a cabeça de Laboon, conversando com a baleia em um tom afetuoso, como se estivesse reencontrando uma velha amiga. Após alguns minutos de conversa animada, Axton pulou de volta para o Going Merry, com a tripulação ainda em choque.
"Pessoal, vamos entrar na Laboon," anunciou Axton, com um sorriso largo. "Precisamos encontrar o Crocus."
"Entrar numa baleia?" gritou Usopp, pulando para trás e se escondendo atrás de Nami. "Você tá maluco, Axton? Isso é mais perigoso que enfrentar o Kraken!"
"Relaxa, Usopp," respondeu Axton, com um tom tranquilizador. "A Laboon não vai nos machucar. Ela é nossa amiga, certo, Laboon?"
Como se para confirmar as palavras de Axton, Laboon abriu sua enorme boca, revelando um túnel escuro e úmido, que se estendia até as profundezas de seu interior. Luffy, com os olhos brilhando de excitação, pulou para dentro do túnel, gritando: "Aventura!"
A tripulação, ainda hesitante, seguiu Luffy, com Usopp murmurando reclamações e Nami segurando firme no braço de Zoro.
Enquanto o Going Merry, com seu interior ampliado pelos poderes de Axton, navegava pelo interior de Laboon, Axton começou a contar sua história com a baleia e Crocus.
"Eu conheci a Laboon e o Crocus quando tava atravessando a Red Line pra chegar a East Blue," começou Axton, com um olhar nostálgico. "Eles eram dois seres peculiares, que me marcaram muito. A Laboon, com sua tristeza e solidão, e o Crocus, com sua... sabedoria excêntrica, digamos assim."
Axton descreveu Crocus como um velho excêntrico, com um cavanhaque longo e um chapéu engraçado, que vivia dentro de Laboon e cuidava dela como se fosse sua própria filha. Ele era um médico habilidoso e um conhecedor profundo da Grand Line, mesmo para alguém que nunca havia saído de dentro de Laboon.
"Eu prometi pra Laboon que sempre que pudesse, voltaria pra visitá-la," continuou Axton, com um sorriso triste. "Mas a Grand Line é um lugar perigoso, e nem sempre a gente consegue cumprir nossas promessas."
Após algumas horas de navegação, o Going Merry chegou ao estômago de Laboon, que se revelou um local surpreendentemente habitável. Um céu azul com nuvens fofas se estendia acima deles, e gaivotas voavam em círculos, como se estivessem em um dia ensolarado no mar. No centro do estômago, uma pequena ilha flutuava, com uma casinha pitoresca, que parecia ter saído de um conto de fadas.
De repente, a porta da casinha se abriu, revelando uma figura misteriosa, envolta em sombras. A tripulação, apreensiva, sacou suas armas, pronta para o que quer que viesse.