Jiang Lan desferiu um golpe com seu sabre. Uma coluna de luz cortou o chão por vários metros, arrancando fragmentos de terra e raízes.
— Ótimo poder destrutivo — murmurou ele. — Mas ainda não é o suficiente.
Seu corpo lançou-se sobre o tronco de uma árvore, correndo floresta adentro.
O vento batia em seu rosto, revelando o quão veloz ele estava.
— Maravilha de velocidade — murmurou Jiang, nunca se sentindo tão poderoso.
Seu corpo saltou abruptamente no ar; sua mão direita foi tão rápida que fez o sabre desaparecer.
A lâmina atravessou o crânio de um javali antes que ele pudesse reagir. O animal caiu sem entender o que o matara.
Ao seu lado, Xiá surgiu — cabelos negros esvoaçando, manto branco flutuando como neblina:
— Realmente, a criatura não percebeu o que o matou — comentou ela, o tom suave, mas firme. — O que você lançou agora é a forma espiritual de sua espada. Lembre-se: este "ataque espiritual" deve ser usado apenas em combate de vida ou morte. É raro alguém materializar o espírito tão cedo.
Jiang Lan, assentiu, satisfeito e ansioso por mais. Matar uma besta desolada de ranking 1 estando ainda no reino mortal era, sem dúvida, extraordinário.
Enquanto se preparava para seguir adiante, ouviu o tilintar de aço ao longe: o som inconfundível de lâminas em choque.
— O que será agora? — murmurou Jiang, franzindo o cenho.
Num instante, tornou-se uma pós-imagem, saltando de galho em galho até chegar ao foco do conflito.
. . . .
Um leão prateado, maior que um palácio, surgia entre a fumaça e o pó. Suas garras, do tamanho de troncos milenares, esmagavam tudo ao redor.
— Droga — resmungou um artista marcial de espada pesada, avançando com um golpe que encontrou a garra do leão.
Bang! Um estalo ressoou, e o braço do guerreiro latejou como se tivesse batido contra ferro divino.
— Agora! — rugiu outro jovem, brandindo uma lâmina em chamas. Movimentou-a tão rápido que o ar cantou.
— Cem Cortes de Fogo! — bradou ele, emendando uma sequência de golpes que pareciam traços de chamas.
Espadas rápidas e auras elementais colidiam contra a besta desolada, mas o leão apenas rosnava, orgulhoso.
Xiá, observando à distância, balançou a cabeça:
— Essas tentativas não passam de cócegas para um monstro de rank 2.
Num átimo, lâminas de prata emergiram ao redor do leão, girando como fantasmas de aço. Antes que pudessem reagir, uma delas atravessou o corpo de um discípulo mais fraco.
— Não! — gritou o artista de espada pesada, usando todo o seu ímpeto para recuar. Seus braços quebrados tremiam de dor.
O espadachim de fogo desviou por um triz, mas vários outros caíram com ferimentos graves.
— Irmãos… — resmungou o capitão de espada pesada, fincando a lâmina no chão e apoiando-se nela.
O leão avançou como uma muralha viva.
ROAAA!
— Agora.
Jiang Lan estreitou os olhos e irrompeu das sombras, o sabre cravando no costas da besta desolada. A lâmina não apenas dilacerou a carne, mas atravessou a alma do leão, fazendo-o gemer com uma dor atávica.
— O quê…? — gaguejou o jovem de espada rápida.
— Foi um ataque espiritual — explicou o capitão de espada pesada, incrédulo. — Ele deve ser do clã Jiang. Mas materializar a vontade assim…
O leão prateado recuou, olhos espelhando medo e sede de vingança. Xiá sussurrou do seu lugar:
— Você foi muito imprudente.
O leão avançou, cada pata destruindo o solo como o impacto de um palácio em ruínas.
— Um monstro de rank 2 é realmente poderoso, meu golpe nem fez efeito físico — murmurou Jiang Lan, mantendo a lâmina firme.
Com um movimento quase imperceptível, tornou-se translúcido e reapareceu junto à pata do leão, golpeando-a.
Seu braço latejou, mas sua investida feriu a alma da fera — um dano que nem mesmo ela sabia como conter.
O leão rugiu, quebrando troncos e levantando uma tempestade de pó e pedras. Jiang Lan recuou com a agilidade de um espectro, os pés mal tocando o chão. Sua lâmina parecia ser dezenas de reflexos.
Cada golpe encaixava em pontos específicos: olhos, barriga, garganta. A velocidade aumentava a cada segundo.
— Este menino… — murmurou o capitão de espada pesada, boquiaberto. — Tal força no reino mortal… ele deve ser um gênio do clã Jiang.
Cada golpe deixava o leão à beira da morte, o que só o tornava mais desesperado. A fera destroçou uma montanha com suas garras, espalhando nuvens de detritos e lançando os combatentes feridos para longe.
Jiang Lan já estava a metros acima. Seu sabre azul cristalino tornava-se mais fino; o cabo, ainda menor.
— Minha vontade cortará você!
Sua velocidade chegou ao ápice. Tornou-se um borrão, enquanto cada camada do leão prateado era cortada.
Não importava o quão poderosa fosse sua carne — a alma da besta desolada se quebrou como vidro.
O ar se acalmou. O leão jazia no chão, inerte. Acima dele, Jiang Lan caiu de joelhos, exausto, o sabre cravado na criatura.
"Eu consegui", pensou em silêncio.
— Jovem mestre, qual é o seu nome? — sussurrou o artista de espada pesada, aproximando-se com reverência.
Jiang Lan moveu os lábios pela primeira vez:
— …
Não aguentado o cansaço, desabou.