Quando se pensa em reencarnação, alguns imaginam o vazio, uma sala ritual ou simplesmente a luz no fim do túnel; o que ninguém esperava era estar em uma sala de escritório completamente branca na frente de Morgan Freeman.
"Tenho muitas perguntas, mas não sei se quero as respostas", foram meus comentários enquanto Morgan Freeman analisava os papéis.
"Você sabe que obterá respostas de qualquer maneira, certo?" ele disse com uma sobrancelha levantada de forma indiferente.
"Sim, eu sei", respondi, passando a mão pelo meu rosto. "Surpreenda-me, Sr. Freeman."
"Não há necessidade de tanta formalidade, Rainbow. Sei que você já sabe as respostas para algumas de suas perguntas", disse ele, mantendo o tom calmo e ponderado que lhe era característico.
Suspirei. "Você é Deus e vai julgar minha alma", declarei, olhando para ele relutantemente, pois o ridículo da situação ainda me atingia. "E por acaso do destino, certamente morri por causa do caminhão-kun."
"Na verdade, porque você engasgou com um confeito", disse ele com um sorriso divertido. "De uma forma incomum, mas possível."
"Puta merda, BEM, onde foi parar?", perguntei, querendo evitar a lembrança da minha morte idiota.
"Você será reencarnado em um mundo de anime aleatório."
"Ok? Tudo bem, mais alguma coisa?" Olhei para ele com os olhos semicerrados, esperando o inevitável "mas".
"Bem", ele colocou as mãos sobre a mesa, o olhar agora mais direto, "você se lembra das Kekkei Genkai e Kekkei Moura de Naruto?"
Olhei para ele confuso por um instante, mas acenei com a cabeça. Então, com um sorriso que parecia conter o universo inteiro, ele disse: "Ótimo, diga o nome de algumas delas, por favor. Sem pressa, temos todo o tempo do mundo."
E então eu comecei, lembrando-me da vasta lista de habilidades únicas daquele mundo ninja: "Byakugan, Sharingan, Rinnegan... Estilo Madeira, Estilo Gelo, Estilo Lava..." A lista se estendeu, cada nome trazendo à tona imagens de batalhas épicas e poderes incríveis.
Quando terminei, Morgan Freeman assentiu, um brilho divertido nos olhos. "Impressionante memória, Rainbow. Agora, imagine se houvesse uma maneira... de tornar essas habilidades mais acessíveis."
"Acessíveis?", perguntei, franzindo a testa. "Mas elas são hereditárias, ligadas ao sangue."
"Precisamente. Mas e se essa não fosse uma barreira intransponível? E se você tivesse a oportunidade de... digamos... facilitar a obtenção dessas habilidades para outros?"
A ideia era tão absurda quanto fascinante. "Você está dizendo que eu vou ser dono de uma loja que vende Kekkei Genkai?"
"Em essência, sim", confirmou ele, o sorriso se alargando. "Um empreendimento... único, no mínimo. Haverá demanda, acredite. Poder é algo que muitos desejam."
"E minhas ideias?", perguntei, curioso sobre como meus projetos de fanfics se encaixariam nessa equação cósmica.
"Ah, suas ideias são... interessantes", comentou Morgan Freeman, com um tom que sugeria que ele sabia mais do que demonstrava. "Sua reencarnação virá com certas... peculiaridades. Uma delas é um conhecimento intuitivo sobre como 'desbloquear' e 'transferir' essas Kekkei Genkai e Kekkei Moura. Não exatamente criar do nada, mas sim catalisar potenciais latentes ou adaptar o que já existe."
"Adaptar?", ecoei, intrigado.
"Pense nas suas fics. Nas tecnologias, nos itens, nas abordagens que você imaginou. E se alguns desses conceitos pudessem ser aplicados nesse novo mundo para auxiliar no seu negócio? Talvez certas ferramentas ou métodos possam facilitar a aquisição dessas habilidades."
Minha mente começou a trabalhar rapidamente, conectando os pontos entre o mundo de Naruto e minhas próprias criações. A possibilidade de fundir esses universos era empolgante.
"E qual será minha aparência nesse mundo?", perguntei finalmente, a curiosidade sobre o rascunho que ele mencionou me corroendo.
Morgan Freeman pegou um tablet que surgiu do nada em sua mesa e virou a tela para mim. A imagem era nítida e detalhada. Era um homem adulto, com cabelos brancos e azuis vibrantes espetados para cima, emoldurando um rosto de traços angulosos e um olhar azul penetrante e inteligente. Suas vestimentas eram únicas: um sobretudo branco com detalhes azuis que lembravam constelações, sobreposto a um colete azul e branco com toques dourados. Calças brancas justas e botas futuristas completavam o visual. Um dispositivo tecnológico complexo estava preso às suas costas, com luzes azuis pulsantes, e seu braço esquerdo era adornado com um padrão intrincado que parecia brilhar levemente.
"Essa será sua nova forma", disse Morgan Freeman, um leve sorriso nos lábios. "Uma aparência... marcante, digamos assim. Agora, Rainbow, o mundo de Naruto aguarda. Está pronto para abrir sua loja?"
Olhei para a imagem daquele homem, que agora era eu. A ideia de vender Kekkei Genkai, de integrar minhas próprias histórias em um mundo tão rico e perigoso, e essa nova aparência... Era tudo incrivelmente surreal e, ao mesmo tempo, irresistível. Um sorriso confiante começou a surgir em meus lábios.
"Mais do que pronto, Sr. Freeman. Que comece o negócio."