Capítulo – Ecos de Sangue e Sombra
Acorda um dia triste,sem cor , palito como se árvores não se strevessem a cantar ,com os murmúrios dos ventos .
-Está morta !! Está morta!.
As criadas da rainha enchem o salão e os corredores com seus gritos ,o rei Adam então é chamado.
O príncipe Dimitry que pratica com sua espada no jardim dos fundos ouve o alvoroço,corre para conferir.
Finalmente todos estão as portas dos aposentados privados da rainha.
Uma cena lamentável, ainda com expressão tranquila, como uma criança que sonha ,seus momentos mais doces .
Ao lado um livro de de feitiços ataxas.
Seus criados ajoelhados a porta .
Adam o que sempre era visto como um majestoso rei , agora era só lágrimas .
Cora abraça Kátyra , que nesse momento não tem mais vontade de soltar do abraço de sua mãe.
Kátyra repara que uma das criadas corre em direção oposta a todos caos .
Susurra para que um guarda de confiança de seu pai :
-Investigue .
Ele se curvou ,e saiu discretamente.
No Salão da Memória, Kátyra caminhava entre as colunas de mármore negro. Os vitrais do teto lançavam feixes de luz colorida sobre os rostos dos ancestrais esculpidos nas paredes. Cada um a observava com olhos de pedra e julgamento antigo.
Ela seguia as pistas deixadas nos livros da avó, Moira. Fragmentos de profecias, anotações à margem em grego antigo, e um nome repetido com crescente urgência: Lysiara.
— A aia da rainha... — sussurrou.
Lysiara havia desaparecido dias após a morte de Moira. E agora, uma túnica dela, bordada com o símbolo dos Darxas, fora encontrada escondida sob uma laje solta, no quarto da falecida Rainha. O veneno que matou Moira não vinha de nenhuma flor comum. Era essência de Mirian Noctum — um composto conhecido apenas pelo clero Darxa.
O luto de Kátyra transformava-se lentamente em cólera. Sua avó fora silenciada por aqueles que fingiam servi-la. E alguém dentro do castelo os ajudou.
Ela apertou o punho. O traidor ainda estava por perto.
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Enquanto isso, nas Catacumbas Bardaxa...
Tharion descia pelas passagens ocultas da Cidade Baixa, onde os mestiços viviam à sombra dos clãs. Lá, os Bardaxas não eram párias — eram reis de ruínas, senhores das sobras.
Um velho o aguardava no Trono de Correntes: Madox, o mais antigo entre os mestiços, líder de um grupo oculto chamado Corrente Silente.
— Vi você com ela — disse Madox, sem rodeios. — Você se apaixonou pela Princesa da Linhagem.
— E isso importa?
— Importa para aqueles que ainda querem viver quando os Darxas derrubarem o último pilar do mundo.
Madox atirou um pergaminho diante de Tharion. O selo era de cera escura. Um decreto dos Darxas. Nele, a ordem clara: vigiar, isolar e eliminar Kátyra se ela não se submeter.
— Eles já têm olhos dentro do castelo — disse Madox. — Um deles é próximo a ela. Muito próximo.
Tharion apertou os dentes.
— Ela precisa saber.
— Não. Se ela souber agora, pode reagir antes da hora. Você quer protegê-la? Mantenha-a no escuro... até a tempestade estar madura.
Tharion guardou o pergaminho. Mesmo contra sua vontade, sabia que Madox estava certo. Às vezes, o amor é guardar segredos — mesmo que isso custe tudo.
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Acima, nos salões do Norte, Kátyra encarava Lysiara, finalmente capturada.
— Por que matou minha avó? — perguntou, voz firme.
Lysiara sorriu com ares de resignação.
— Porque ela sabia demais. E você, princesa... está começando a saber também.
Antes que Kátyra pudesse reagir, Lysiara mordeu um anel de veneno escondido no dedo. Morreria sem dizer mais.
Mas deixara algo para trás: um símbolo pintado com sangue na parede da cela — o Olho do Véu. Um aviso. Ou uma ameaça.