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Chapter 44 - Caminho da Espada (3)

Com o coração satisfeito, o estômago farto, e o corpo e a mente exaustos após um longo dia de tensão e uma angustiante noite de horror, cada um deles foi implacavelmente vencido pelo sono. 

Meus companheiros foram direto para o quinto céu. 

Desta vez, até eu aproveitei um pouco da suntuosa refeição — preparada com a proficiência gourmet que desenvolvi em meus sonhos, e temperada com uma catarse epifânica. 

Felizmente, apesar de minha constituição onírica me negar o apetite — isto é, manter-me sempre sem o melhor dos temperos: a fome — ainda sou capaz de desfrutar de um prato se for pelas sensações que, às vezes, levam alguém a comer mesmo já estando de estômago cheio. 

"Ahh~" 

Assim como essa xícara de ouro negro em minhas mãos. 

"Café~" 

Saboreando mais um gole da doce bebida sem açúcar, senti-me pronto para continuar lidando com a Vida. 

Começando pela minha página de runas. 

======= 

[Manifestação da Alma Lírica]. 

Descrição da Habilidade: [Sua alma manifesta a forma de seu coração: ???] 

=======

Bem... que pepino. 

'Minha geada da alma' foi-se junto com as lágrimas...' 

Hum... sejamos positivos: 

'Assim, eu não preciso continuar sofrendo...' 

Agora... o que fazer? 

'Hum...' 

Primeiramente, sejamos menos tímidos? 

'Afinal, já eu conquistei alguma confiança de guerreiro ao longo destas semanas.' 

Emergi a metade de minha consciência, que havia sido enviada para meditar no Mar da Alma, e então "despertei". 

Movendo meus olhos agora abertos, olhei para meus companheiros dorminhocos: 

Minha amiga recatada — Cássia — estava deitada próxima a mim, pacificamente. Ela sorria sutilmente em seu repouso, exaltando o encanto sutil — de tirar o fôlego — de sua beleza angelical; 

Minha amiga radiante — Nephis — estava um pouco mais distante, dormindo recostada contra o tronco da Árvore Devoradora de Almas. Seu rosto pacífico seria descrito como belo e vulnerável; 

Meu amigo sombrio — Sunless — estava um tanto mais afastado, transmitindo uma rara paz. Talvez esse pudesse morrer contente após comer seu primeiro prato de bife de demônio requintadamente preparado. 

Me dirigi à sombra dele: 

"Não se preocupe muito em despertar seu mestre quando os pássaros vierem. Eles não pousarão no Túmulo Cinzento." 

Um sorriso cresceu em meus lábios. 

"Vou escalar o Terror para resolver uns assuntos familiares, e volto em algumas horas." 

Em resposta, ela acenou com a mão, comunicando algo como: 

"Okay, mas se cuide um pouco. Deixe o idiota e seus amigos comigo." 

Assenti educadamente em gratidão, e me afastei com silenciosa discrição. Assim, deixando o grupo para trás, iniciei minha peregrinosa escalada pelo tronco monumental. 

... 

O primeiro trecho foi o mais difícil, já que eu não tinha bem onde me segurar. 

Simplesmente alcançar os primeiros galhos da árvore milagrosa exigiu um esforço considerável — e um cuidado que me fez cogitar interromper minha mente dividida, para focar totalmente em agarrar nas saliências e pequenas rachaduras da casca lisa. 

No entanto, eu não queria deixar de torcer minha mente para torná-la cada vez mais hábil em múltiplas tarefas simultâneas. Afinal, aquilo que eu anelava para ela só poderia ser alcançado pela diligência e comedida atenção. 

'De qualquer forma, eu já estou me acostumando.' 

Os primeiros galhos eram largos como estradas. Inalei profundamente, deixando o ar da manhã encher meus pulmões com seu frescor. 

'Mas, realmente...'

Poder converter essência onírica em oxigênio e trifosfato de adenosina — para nutrir o corpo diretamente e ser, efetivamente, incansável.

'... que conveniente, esse [Ser Onírico].' 

O vento das alturas movia-se entre as folhas vermelho-sangue, proclamando uma melodia serena e acolhedora. 

E devido aos raios de sol que rompiam a magnífica copa da árvore negra como obsidiana, a paisagem daqui de cima era simplesmente de tirar o fôlego. 

Exalei um tanto impressionando, enfeitiçado pela grandiosidade de tudo aquilo. 

... 

'Havia algo sobre: "não olhar para baixo quando se está perigosamente pendurado num lugar de onde a queda seria, simplesmente, fatal?"

Certo?

Sim, certamente havia.' 

Continuei subindo, cada vez mais alto... cada vez mais distante do solo de areia cinzenta lá embaixo... 

'Tch...

Sinto que estou desperdiçando a oportunidade de fazer alguma...

'jest'...' 

... 

O labirinto de madeira desperta do sexto nível era formado por galhos largos e robustos que cresciam desordenadamente em todas as direções. 

Alguns eram torcidos, outros cruzados, e, em meio a tudo isso, folhagens espessas obstruíam a visão de "seja lá o que você procura". 

... 

Encorajado, continuei escalando em busca do 'El Dorado'. 

... 

O tempo passava muito lentamente. E eu observei meu eu, fora de meu Mar da Alma, escalar a parede negra lustrosa com intuição e incansável persistência — já a quilômetros da segurança do solo… um solo que, na verdade, não era nada seguro. 

... 

Depois de um longo tempo, Ariandel finalmente suspeitou ter subido alto o bastante para retomar sua busca. 

Não se sabia ao certo por quanto tempo ele escalara a parede monumental de madeira obsidiana, mas a visão dos galhos — agora bem menos largos — indicava que o Artesão da Fantasia estava mais próximo do topo da árvore do que de qualquer outra coisa. 

Pisando sobre outro galho, em mais uma tentativa, ele olhou de um lado para o outro com atenção e paciência. 

E, de súbito, seu belo rosto mudou sutilmente. 

Ele fora tocado por uma certa estranheza. 

Suas feições suaves e decididas, realçadas pela pele morena luminosa e emolduradas pelos cabelos alvos ondulados, expressando— 

"Por que eu estou narrando em terceira pessoa? 

E... 

o que há com essa auto apreciação toda! 

Eu... que... 

Ahh! Eu... que vergonhoso..." 

Contorcendo-me de constrangimento e relutando contra o calor em minhas bochechas, recuperei minha razão. 

Me afastei do tronco da grande árvore e segui ao longo de mais um galho, que também balançava suavemente sob os meus passos. 

Então, pulei para outro — e depois, outro... Assim, eu participava da melodia cantada pelas folhas e pelo vento, adicionando meu próprio ritmo ao seu farfalhar. 

No caminho, várias frutas negras e lisas se refletiram em meus olhos dourados espelhados, mas apenas passei por elas sem dedicar-lhes um segundo olhar — afinal, eu não sentia fome. 

Foi somente quando os galhos sob mim já eram tão finos e quebradiços quanto os de uma árvore mundana que finalmente vi a estranheza que eu tanto procurava. 

Estava logo mais acima, à esquerda: uma folhagem vermelho-sangue, espessa e iluminada por um resplendor solene — entre galhos retorcidos, como se suportassem o peso de algo considerável. 

Eu apenas observei por sete minutos, permitindo que a cena se pintasse em meu coração — e que, ao fazê-lo, desse forma ao inefável que em mim repousava. 

Minha expressão permaneceu serena, mas eu ainda senti algo precioso arder suavemente em meu olhar. 

Inclinando-me momentaneamente, empurrei-me gentilmente para cima e para a esquerda. 

Sobre os galhos que subiam e desciam ao ritmo de meus passos, segui em frente com graça confiante. 

Então, saltei cruzando a queda fatal e agarrei-me a um galho mais alto. 

Içando-me para cima, segui adiante. Caminhei calmamente até a barreira de folhas e abri meu caminho à força.

Meu desejo e minha vontade logo me levaram até a última camada da obstrução. 

Dei o último passo à frente. 

E assim, o que eu buscava se desvelou diante de mim.

[Sétima Relíquia do Tear da Fantasia: Terminus Est — imagem conceitual restaurada. 

[Manifestar o Espirito da Espada?] 

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